terça-feira, 9 de outubro de 2012

cinquenta versos e alguma poesia


Entre uma palavra e outra

Entra uma palavra noutra
Nenhuma boca chama assim meu nome
Nenhuma boca deixa em chama assim
Um pouco de vinho já me deixa solta
Solta minha mão, mas volta
Amasse meu corpo e tome
Some o que te ofereço
Divida-se comigo
Fite meus desenhos
Complete com tuas curvas
Esqueça tua perna no meu colo
Se a chuva cair em mim
Aqueça, pulse
Aperte meu pulso e não solte
Beba em mim o que puder
Sem hora e sem dose determinada
Não sacie
Se flor sou, que eu fique sempre perfumada
Com teu cheiro
Caminhe no meu destino
Conte minhas pintas
Pinte de sabores meu acaso
Arrase minha rotina
Faça com que eu enrole, e role
Misture minhas lágrimas e tua saliva
Alivia
Funda tua pele no meu osso
Afunda. Venha fundo
Hesito, mas excito
Existo, só
Só, rindo
Afogue teus olhos na minha alma
Deixe que eu me abandone
Devolva, depois, sua calma
Sua nuca insinua
Fique, em mim, nua
Fere meu beijo incansavelmente,
Leve, rele, revele
Desbote meu gosto de pele
No seu poro, a tatuagem
O homem da pipa
Palpita
Nas suas costas, na minha barriga
Quando por cima me deito
A noite contigo acelera
Deleito
Amanheça e mostre as gengivas
Sorria, murmura, suspira
Eternizo minha primeira primavera

- empoeirado

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