terça-feira, 9 de outubro de 2012

o menino e o tempo

Enquanto voltava pra casa, atrasado, um menino  deu uma pausa e adiantando-se perguntou ao tempo:
- Quando eu saberei a hora que a morte chegará para mim?

Este, pontual, respondeu:
- Ora! A cada um cabe só uma função, específica, combinada, marcadinha no decorrer dos dias. A ti não cabe a estranha indagação sobre o serviço dos outros. A morte é mais forte, e eu, o tempo, só paro de ser quando a morte resolve aparecer.

Pena do menino que, dedicando tempo ao acaso da morte, esqueceu-se de começar a viver e amando, crescer.
Querer ser.
Tudo bem, é falta de sorte!
Ele, ao menos, entendera que deixaria de ser um dia, na hora certa, só não sabia que talvez o dia de ser não chegaria.

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